domingo, 26 de agosto de 2012

Noite, dia, noite


 E seu perfume espalhava-se pela madrugada. Silêncio. A surpresa de um encontro doce. Novamente uma aventura. Aquela que congela ali. Entre retornos e desencontros. 

 O melhor beijo selado em sua alma ocorreu em outra vida. Aquele com gosto de coca-cola e fuga. Inesquecível. Depois, nenhum momento se comparou com aquele. Nunca mais.

  O tempo passa e a lua brilha outra vez. Somente neste novo amanhecer encontra. Uma nova sensação. A emoção de correr pelo mundo e deixar que as peles se toquem. Um horizonte resplandecente. Sua aura queimava o corpo. A vontade apagava qualquer certeza. Ali, correndo e correndo. Subindo e descendo. Com o coração em ritmo louco e a mente em descompasso. 

  Aconteceu outra vez. O momento. O perfeito beijo ocorreu. Outra vez viveu algo inexplicável. E o mundo se estilhaçava ao redor. E o caos de outra noite deixava incertezas, mas nada importava. Não tanto como sentir e viver cada parte desta história. Que se acaba. Sim. Não há ilusões ou falsas promessas. É o ideal para a sua natureza.

 Todos os raios de sol brilhavam em sua face. Translúcida. Verdadeira. Sem pudores ou meias palavras. A perfeição em pequenos gestos. Os olhos mareados de sinceridade. Sim. Suas lágrimas desciam e todas as palavras saíam cálidas. Saíam, porque confiava. E todos os mares jorravam por sua causa. Era tudo e nada. Era aquilo e nada mais. E, por isso, já não consegue querer reviver outra narração. 

  É impossível regressar para qualquer outro canto. Agora é hora de seguir rumo ao júbilo. A alegria de saber que a melhor escolha foi feita. Entre os caminhos que passavam as gargalhadas podiam ser ouvidas. 

E outra noite chegou. O momento de despertar. A realidade tocando seu ombro. Pedindo para que acordasse daquele transe. Acordou. Porém segue com um enorme sorriso no rosto. E sabe: é preciso caminhar. Até um novo dia. Até que escute uma nova melodia. Até que os pássaros entoem uma canção mais bela. Até.

Nenhum comentário:

Postar um comentário