terça-feira, 7 de agosto de 2012

Não seja aquilo...

 Certo. Suas escolhas não foram as melhores. Não neste sentido. Não adianta. Os seus companheiros de jornada insistem em caçoar e criar novas rimas para velhas canções. E não mais se importa. Pois, se decidiu ir para o rumo errôneo, bizarro ou talvez insuficiente, como muitos gostam de afirmar, foi tão somente por escolha.

 Cansa de repetir. Porém, de alguma forma precisa relatar um pouco mais. No seu papel digital. Em seu mundo desigual. Ou perfeitamente surreal. Porque enquanto riem, viveu belas histórias. E ri de algumas também.

 Não tem problema algum em seus longos passos, mas chora. Não sabe ao certo porque ainda procura o último verso de sua narração. De suas juvenis aventuras. 

 A maior questão para a menina é solucionar onde errou. Por isso regressa lentamente ao passado. Em cada um deles. Detalhadamente revisita o outrora escapado. A anterior viagem trouxe respostas. Contudo esta, que agora relembra, parece turva, sem detalhes e sem espaços maiores para falhas.

  Os fios reluziram e viu o sorriso mais belo encontrado. Sua fronte era quase translúcida. Seu perfume quase de fada. Uniram-se em palavras. Em escritas sussurradas. Em promessas sublimes. E foi sua porque pediu e assim a chamava.

 Aguardavam o encontro. Este selaria uma vontade ainda maior que a da descoberta. E se olharam. Seu coração parou por instantes. Emudeceu. Mas, a outra de luz inigualável alertou. Elas sempre alertam. Preferiu ignorar o julgamento próprio da outra que se chamava de monstro.

 O tempo passou. Desvaneceu na velocidade em que apareceu. E regressou. Sim. Estranhamente reviu a sepultura ardente de seu sorriso. E as respirações palpitavam no mesmo ritmo. Era uma canção zonza que saltitava no luar. Ainda assim continuou. Este louco ciclo de respostas mal recebidas. De conclusões não bem entendidas.

 Na verdade ainda não compreende. O que ocorreu. Em ambos os lados existem razões irreconhecíveis, jamais encontradas de fato. É confuso. É tortuoso. A reposta escorre na sua mente. Exagerou. Talvez. Ou não. Ou sua pele confusa fez o mar de trevas se espalhar e nem percebeu. 

 Infinitamente enobrecida de luz, recorda. A luz se apaga e a vida segue. A voz se cala e o mundo desaparece. Foi meramente um sonho, repete. Repete até que não mais possa. Aquela que um dia foi flor. E sim, desabrochou. E foi até um clichê, mas gostou. E não. Não acredita no que os companheiros gritam em seus ouvidos. Ignora. É. Mais uma vez ignora. Emudece. Sim, outra vez emudece. Porém, agora para o novo futuro que virá. Cheio de novas luzes. Repleto de novas dimensões. Outros hábitos, outras canções. Porque esta é somente uma e repete-se. Eternamente. Enquanto sua lua se despede.

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