terça-feira, 8 de maio de 2012

Aeternum


Ano novo. Agora é marcada a nova era. A menina não mais existe. Já aparece uma nova aurora, com quem terá de traçar outra jornada. Mas isso não importa. Sem cigarros, madrugadas, Nirvana e saber que a vontade é maior que tudo. Pois ela não é assim. Nunca será. Com sua tímida face, implora por mais de seu tempo. Entrega-se a novidade. A alguém que gosta e procura. Que se importa. Porque jamais existirá outra assim. De fato. Parece que seu coração gosta de sofrer.

Sua alma machada de delírios espera. Porém sem deixar de viver o que existe para ser vivido. Sua intensidade é jogada ao vento e banha o silêncio de seus olhos. Aquela que ama, aquela da luz infinita, e a dos olhos que parecem devorá-la. Sim, encontrou esse olhar. Aquele que na próxima palavra consumirá sua alma. E antes devoradora, agora devorada.

E assim segue seus dias. Lutando. Com uma imensidão de desejos. Pulsantes. Sem deixar que a música pare de tocar. Esta repete, num ritmo alucinado. E a sua, a música, já é outra. A assobiada, tocada, cantarolada. Por isso, espera e torce que as maiores alegrias aconteçam para a garota deusa. Se não há destino para a fada do seu lado, que venham cavaleiros para uma e princesas para a outra.

De fato, sabe. Viveu e viu. Até onde iria? Ao infinito. As estrelas. Até as três Marias. Numa cama coberta de flores. Com todos os impecílios. Com todos gritando no seu ouvido que o melhor caminho é o novo. Não adianta. Será para sempre sua. E virão muitas. Até que dê seu último suspiro e diga aquele nome uma última vez.


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