sábado, 24 de dezembro de 2011

12 por 12

  É. Gostar de sofrer sem perceber. Sim, é complicado explicar. A intensidade cresce e o vento que mora dentro da sua alma voa numa rajada para fora. O mundo gira e tudo acontece. Ao redor vê muitos que correm. Ainda assim deseja o impossível. O instigante.
 Na verdade existem decepções. Não pelo feito ou dito. Mas, o oposto. A mente feminina tem dessas. Ou não. Talvez. Há uma sede pelo novo. Esta jamais será saciada. Existe também o carma do engano. A fumaça é a única fiel. Por que esconder que a vontade é maior por outros?
  No coração tem aquele tolo espaço maior para uns. E isso já não importa. Acho que morre sim. Na outra vida morreu, pelo menos. O olhar transformado deixa claro. Ou enxerga melhor o inevitável. A faísca que nunca habitou outro lugar a não ser a imaginação.
  Ao mínimo sussurro corre. Com um grito suplicante, afasta-se. Mas, um episódio revelou claramente a verdade das situações. Agradável é, de fato, o cortejar. Porém a pele cansa. A mente também. Resta metade e outra metade. As emoções. Partidas e estilhaçadas. Sim, não pode se esquecer jamais desta verdade.
  A sincera lágrima misturada. A vertigem. O tempo que comanda a canção e o ritmo. Não é claro, mas é cristalino. O sorriso e o conforto. Não saberá, porém, o real mar de alegrias planejadas. Desfalece aqui a intenção que pode nascer em outra estrada, em outro momento.
  E já é festa outra vez. Não dentro das auras suplicantes. Nervosas. Sugadoras. Manipuladoras. Desatenta foge para o precipício. E não há razão para preferir seus possessivos abraços. Quando a paixão vier será sem surpresas. Derramará mais pouco de pranto e prosseguirá. Se por acaso o inverso ocorrer, talvez venha um pequeno arrependimento, seguido de esquecimento.
  Pequeno. Tão pequeno. Na verdade, a possibilidade de uma grandeza diminua um coração gélido e amargurado. Que deixa marcas e rastros. Somente jubilo para seu algoz. E para a magia da posterior e suposta questão, um sopro no ar e um murmúrio de qualquer felicitação abafada pela ventania quente da montanha coberta de névoa candente.
   Basta somente um pouco de atenção para ver que algo mudou. Não precisa muito. É preciso só olhar com atenção. Não esmoreceu. Mudou e pronto. E quando estava chegando ao topo deslizou outra vez. Agora o som distante dos pássaros diz para esquecer. Gargalhar das tolices. Perceber que vão todos. O grau. O calor. A proximidade. E escolhas. Elas são feitas. Não podem ser mudadas. Arrisca-se então e continuará neste eterno ciclo de farsas cobertas de purezas.
   Para a nova jornada, somente uma palavra: Recomeço.

Um comentário:

  1. Que Lindo,Enoe.
    A sua beleza vai além da aparencia...quando leio os seus textos vou te conhecendo e gostando de te conhecer mais.
    Parabéns pelo talento e continue escrevendo que estou sempre por aqui devaneando contigo! ;)
    AbraçAmasso. Edwin :)

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