quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Talvez, Virá

   Inspirada. Talvez. Um pouco de veneno escorre entre a fumaça soprada no novo amanhecer. Nunca fala de si. Da outra. De todos. São somente palavras jogadas ao vento para abençoar mais um dia. É quase nada. São delírios afogados num anoitecer gélido. Introspectiva aura que se esconde. Suspira. Apaga. Reconstrói. Só mais um pouco e o coração volta a disparar.
   Respira. Sossega. Deixa a alma lavar-se no translúcido mar revolto em chamas. Enlouquece. É necessário um pouco de loucura para limpar os devaneios do pensamento e das ideias futuras. Do caos desmedido. Das lágrimas que jamais virão. Da promessa que fez para si. E por ter feito não chegarão.
   Derrama as últimas gotas daquele frasco guardado. Ergue-se em direção ao futuro. Clama por uma resposta que tem certeza que nunca escutará. Não descobre. Acaba-se. Não solucionará nada. Viverá e ponto final. Não adianta querer quebrar mais uma incerteza. Todas virão. A ventania selou o pacto feito com ele. E na última lágrima derramada jurou e não nega. Jurou porque precisava. Jurou porque queria. Jurou e pronto.
    Agora enxerga a luz voltar. Seu corpo vibra e incendeia o espaço. Corre. Por sua jornada. Que se estende pela infinita alvorada do redescobrir quem foi e é. Sabe, agora, sim. Sempre soube e reprimia. Sorri. Dessa vez por vontade. Olha mais uma vez sua janela. E o dia vai começar mais uma vez...

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