segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Bring back my Bonnie to me...

  A liberdade chegou atrasada. A saudade vem. Os dias passam e parece que o esquecimento se instalou. Porém, as lembranças aparecem. De repente. Toda a vontade de que estivesse por perto. Toda a dor que retorna. Desaparece e regressa. 
  As canções. O passado. Com força absoluta finca-se a derrota. Da mágoa que outrora existiu. De batalhas que não eram minhas. E lutei bravamente. E, no fim, perdi. Momentos preciosos. Agora, não tem mais jeito. O que foi feito está acabado.
  Restou recordar. A realidade é cruel. Isso sempre soube. A voz não é mais a mesma. Nunca mais será ouvida. Por mais que eu queira intensamente escutá-la. E já conheço toda a grandeza de um sentimento escondido. Negar a necessidade da aproximação.
   A reconciliação. A certeza de que estaria para sempre comigo. A perda. A descoberta de que a separação existiria. De verdade. A culpa. Que jamais se apagará. Nunca. As conversas que não acontecerão. Antes consideradas algo do cotidiano. Banalizadas. Preciosas. Nunca esquecidas.
    No entanto, é necessário crescer. Aceitar os fatos. Porque a presença não é mais concreta. Mas, de alguma forma permanece. Para sempre será. Viverá. Na eternidade de pensamentos e mundos existentes.
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Restos
Há um resto de noite pela rua
Que se dissolve em bruma e madrugada.


Há um resto de tédio inevitável
Que se evola na tênue antemanhã.


Há um resto de sonho em cada passo
Que antes de ser se foi, já não existe.


Há um resto de ontem nas calçadas
Que foi dia de festa e fantasia.

Há um resto de mim em toda a parte
Que nunca pude ser inteiramente.


- I.T.

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