quarta-feira, 22 de junho de 2011

Simples

   Nunca mais serei a mesma. Porém, sinto a vida voltar. Curo-me da doença. Aos poucos. Fica, no fim, somente o amor. Este cresce. Alimento-me dos dias e das minhas vontades. Amadureço da maneira mais correta. Agora sim estou no rumo certo. Naquele em que minhas expectativas são atendidas. Cumpro, lentamente, o que estava destinada a cumprir.
    A verdade é que sou dona de mim. Precisava me lembrar disso. Estranho pensar que a medida das coisas tinham se perdido. Abandonar afazeres e amizades. Sucumbir em lágrimas. Por nada. A normalidade das situações purifica o coração desamparado. A solidão é um mal. Sim, eu sei. Contudo, enxergo que era eu quem impunha esta para mim.
     Rodeada de alegrias e momentos percebo o real sentido da vida. Do que temos ou não que fazer. De uma necessidade desvanecida. Afinal, encontrarei o doce beijo algum dia. Enquanto isso, as horas correm. Loucamente. Tento segurar algum instante para sentir, outra vez, a madrugada revigorante. 
     As manhãs passam a ter cor. As risadas são verdadeiras. Desligo-me. Aparecerá. Sei que vai. Sem desespero aguardo. Sem pânico. Calmamente. Até que seu sorriso iluminará minha alma. E seguirei. Sem parar. Meus objetivos são claros. Meu caminho também. Não é só esse. É também esse. Então, não abandonarei, não é disso que falo. É de liberdade. Esta eu possuo. Não estou mais presa na minha torre. Ainda assim, não tenho como salvar ninguém. Quando quiser escapar dela é só dizer. Mas, não acredito em salvações impossíveis. 
     Neste instante, sou eu quem escolhe. E a minha escolha é a mais simples. Sem amarras ou correntes. Sem trabalhos que não amo. Faço que gosto. A complexidade se finda aqui, quando realizo que a felicidade me cerca. Escuto o barulho do final da manhã e sei que estou completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário