segunda-feira, 14 de março de 2011

Aprovação

   Despertar do transe. Após um dia coroado por aquilo que mais gosta de fazer. Lembranças. Surgem. Todos os dias. Tanto trabalho. Tantas aventuras. Admirações. Uma vida construída. Etapas. O mar. A brisa. Tocar na terra. Ouvir o galo cantar. Conversas reais. Concretas. 
    Tão natural. Sem deslumbramento. Foi puxada desse mundo. Jogada num abismo do esquecimento. Levada a convivência de situações antes nunca vistas. As brigas. As discussões. O desprezo. Enfrentar o desconhecido. Após isso, adequa-se. Cala-se. Perde-se. Completamente. Qual seria a razão de lutar para ter o que já lhe pertencia? Não adianta. Nunca será o mesmo. Agora, é sua guerra. Vê estrelas. O coração dispara. A questão não é ser quem já sabe que é. É provar o que pode ser.
    Potencial desperdiçado. Tudo tão insatisfatório. Na verdade, este é o motivo. Não existe possibilidade de nada alcançar as emoções passadas. As palavras. Os livros. As noites. As músicas. Um nível insuperável de sensações. Aprender muito. Não saber a próxima parada. O próximo reencontro.
     O amanhã se aproxima. Um teste infinito. A maior aprovação. O lugar está ali. Mas, os rostos retornam. Aqueles tão conhecidos. Uma fila infinita. Desnecessária. O melhor seria que estivesse presente. Fizesse suas redondilhas. Risse da cada bobagem. De esquisitices. 
        Acontece que está sozinha. O caminho é seu. Não há como ter companhia. A estrada está logo ali. Sim. Está. Ao olhar para trás ainda pode escutar as gargalhadas. As madrugas. O céu clareando. E a espera. Para a dominante certeza de que tudo estava certo. Que seria perfeitamente como deveria. E saudade de uma presença. Que traria a salvação para os dias tolos. E sem sentido.

Um comentário:

  1. Querida, parabéns pelo blog!! Olha, é muito difícil encontrar pessoas significantes. Não se iluda, poucas pessoas serão como essa que você citou no texto.
    Continue nesse caminho lindo, com tantas palavras belas.

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