segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Tarde

   O caos nem sempre é uma boa notícia. Claro que sei que ele pode aparecer para depois purificar as insanidades. Mas, não há dúvidas de que em mim ele não cessa. Ao redor, sempre o vivenciei. Porém, agora é diferente. Uma onda de temor cerca meu coração. Dilacera as alegrias. Domina qualquer sorriso.
   Perdição. Súplica. Mágoa. Confusa. A insônia esquecida retorna. Sufoca. Preciso ouvir sua voz. Que diga que tudo ficará bem. Queria ser madura. Ainda preciso que tomem conta de mim. Não sei ao certo o melhor caminho. Tormento. Prato. Dor. Morte.
     Destino. Ele me puxa para um mar de revolta.  O medo repudia a jazida recobrada. O ar some. A transparente neblina torna-se turva. Inebria o sentido do ser. Do passado. Dos gritos e lágrimas. Vazias. Sem sentido algum.
       O silêncio tardio encobre o horror. Interrompe melodias. Sacrifica a doçura conquistada. Sem retorno. Sem remediações. Silêncio. As horas passam. As reais sombras agarram-se ao pudor. Cravam sementes de ódio. Recuperam a imensidão abalada. Cantiga de perda sussurrada. Madrugada incerta de uma tortura que virá.

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