sábado, 22 de janeiro de 2011

Sóbria

   Esquecida. No meio de tantas pessoas. Tantas situações. Não há como algo resistir. Não se for frágil. Em mim, não restam dúvidas ou incertezas. Há um mar de respostas que pairam sobre meu olhar. A angústia se transfigura. Sorri macabramente. Cerca-me.
  Desvanecida em prantos recorrentes, possuo todo tipo de ilusão. Saúdo cada manhã. Recupero-me de cada entardecer. As lágrimas firmemente vertidas amedrontam a paz outrora adquirida. Esvaem-se com a bruma da solidão.
   Palavras repetidas. Escrever todas. Ainda que não sejam novas. Aparecem. Sopram em meus ouvidos a verdade. O cansaço abate qualquer expectativa. Porém, sei que a saudade está presente. A lentidão das horas não prova o contrário.
   Tonta. Rodeada de neblinas. Suspiros. Vozes que não silenciam. Sozinha, novamente. Como sempre. Precisando que apareça. De alguma forma. Qualquer uma. Triste. A infelicidade pode ser tortuosa. Ela se mascara com risos e com um pôr-do-sol. Disfarça-se de alegria. Acreditando. Sofrendo sem sentir. Caminhei. Em direção dela.
    O que resta, então, senão esperar? Sempre disse que poderia. Que seria capaz. E sou. Assim, sigo. Vendo o tempo passar. Deixando que ele passe.

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