terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Intermezzo

   Há em mim uma sede. Sede de conhecer melhor o futuro, as palavras, me conhecer. Infinito. Doloroso. Porém, necessário. Cada amanhecer me cobre de novas sensações. Descobertas. Músicas. A tortuosa emoção de dúvida sopra nos ouvidos incertezas. Normal. Talvez. Ao luar enxergo melhor. Mesmo sufocada de preces não ditas. De pensamentos velados.
  Sombras. Anoitecer sincero do espectro da mágoa. Dizer. Sentir. Querer tanto. Muito. Questões jamais resolvidas. Contudo, já tão insignificantes. Ao redor, a bruma do silêncio. Do emudecer de uma voz que tortuosamente luta para se libertar. Gritar. Expelir de si todo mal e angústia.
   Desconhecer soluções. Procurar respostas. Gélida amargura que domina.  Finca a suspeita. Separa. Verte-se em lágrimas. Que não se aproximam. Abandonadas. Abnegadas. Sorte aprisionada. Jazida secreta do apoquentar das horas. Inquietude. Semblante suave que esconde melancolia. Soluços de agonia.
    Tempestuosa madrugada. Sempre. Inebriada. Entorpecida. Vazia. Marcada. Manchada. Ilusório êxito. Deslumbramento. Alegrias. Que trazem esperanças. Lenta recuperação. Porém, que ocorre. De uma forma ou de outra.

2 comentários:

  1. Senti meu sangue pulsar ao te ler neste "Intermezzo".

    Percebi estar mais próxima dos seus desejos, das suas angústias, inquietações.

    Te li bem próxima da inteireza, e por isso mesmo com tantos fragmentos.

    Fiquei com vontade de acompanhar a montagem desse quebra-cabeça, de te ver florescer, expandir, dar lugar a outras perguntas que certamente virão.

    Quando você escreve assim, tão pra você, o mundo todo ouve seus gritos.

    Bjinhos.

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  2. Adorei essa imagem, by the way. Vou roubá-la qualquer hora dessas.

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