domingo, 9 de janeiro de 2011

Descoberta

   Sempre fui egoísta. Pensava nos meus sentimentos. Que eles eram muito importantes. Mas, agora, ao ver o amanhecer. Ao respirar o ar mais puro de todos. Ao lembrar daquela voz. Daqueles olhos. Tudo que quero é que se cure. Que fique bem. E não por mim.
   Envolvida mais uma vez pela fumaça. Pela recordação daquele lugar. Daquele primeiro beijo. Foi ali. Tudo estava tão adormecido. E, naquele instante, o luar sorriu para mim. O destino me puxou. Mostrou que estava errada. Completamente, errada.
   Claramente, vejo o futuro. Que brilha. Arrasta-me para felicidade, ainda que a espera ocorra. Porém, o que mais importa é que fique bem. As preocupações alarmam-me. A angústia queima-me. A solidão aproxima-se. Contudo, sou quem a chamo. Clamo por ela, pois só preciso daquela presença. Todas as outras são enfadonhas.
     A música me acalma. O canto sempre me embala. Os dias passam. A tristeza é tão banal neste momento. E, assim, espero. Sem ansiedade. Sem lágrimas. Mas, com o coração apertado. Com a esperança que tudo se acerte e que a alegria regresse.

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