quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Desatino

   Silêncio. Mais uma vez o amanhecer ilumina e traz a salvação. Palavras deliradas ao vento queimam a alma em prantos. Tudo tão dito, tão verdadeiro. Pulsavam. Porém, a incerteza acorrenta estes laços. Ouvir e saber tanto. Não há quem conheça mais.
    Confusa, repensei em tudo que disse. Penso se aquela ilusão realmente existe. Pois se tudo conflui. Se o sentimento jorra. Se a voz purifica. Se as sensações são tão grandes e dominadores. Há algo maior que todo o fingimento. E falo do fingir para si mesmo. Porque dói acreditar em algo. Porque negar é mais fácil que aceitar.
    As sombras, a morte. Unidas, marcam a sentença. O medo de sentir. A dor da perda. A renuncia. Vertem-se em emoções. Cravam e segregam decisões selecionadas. Criar verdades e purificá-las. Amparar-me de redomas.
    Novamente, olhando para os doces olhos, perdi-me. Já não sei se a ilusão existe. Se iludida também estou. Talvez esquecer seja necessário. Queimar todas as regras e soluções. Viver. Saborear os momentos. A morte, no fim, virá. Sim, para todos. Contudo, ser quem sou não é em vão. Respirar e deixar que a felicidade venha. Que possua-me até o último gole.
     E, assim, apagando qualquer dúvida, ser. Existir. Não perder nada. Glorificar o eterno jubilo. 

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