sábado, 18 de dezembro de 2010

Sabor

    A luz incide sobre o anoitecer da reconquista. Sóbria de sensações saboreio a madrugada. Seleciono sentimentos. Relembro memórias perdidas em novas certezas. Pulsam palavras. Queimam-se ao vento. Ergo-me para o pedestal mais inalcançável de todos.
    Secretamente, escolho. Aprendo a solucionar a razão desvancenecida. O sol se põe. As lágrimas terminam. O manto envolve a pele. Castos sorrisos, outrora apreendidos, se esvaem. A menina do passado perde-se em dias atormentados. Cada gole, cada sensação, expurga o vazio. Sentencia o aprendizado. Cala-se perante a dúvida abandonada.
    Sufocada em tardes intermináveis, procuro a neblina libertadora. Chama candescente segrega marcas. Voz inesperada justifica-se em explicações vazias. Confusões não relevadas amargam os devaneios inconstantes. Supri ilusões. Transformam alegria em ódio e rancor.
     Confissões selecionadas avistam a novidade do amanhecer. Enleio desenfreado silencia a dor. Crava o mar de tentações. Guarda o segredo jamais contado.

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