quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Partida

Ávida de desejo, suspiro inebriada pela noite eterna. Procuro aquele beijo. A lua responde. O corpo também. Inúteis sensações amarguradas. Perdidas em algum lugar. Numa salvação que jamais chega.
Palavras queimam. Ainda com a respiração ofegante, sentencio o anseio alarmado. Clamo pelo rapto mais delicioso de todos. Sua cautela me enlouquece. Contudo, sei que não há como escapar. Preciso cumprir os deveres impostos. Firmemente impostos.
Não há retorno ou remediações. Se o outrora não tivesse provado com tanto veemência, não acreditaria que um sentimento pode ser tão forte. Que ele pode levar ao êxtase.
Vozes ao redor me despertam do transe infalível. Acordo inerte para uma madrugada inacabada da alma. Reluto. Porém, as soluções escorrem perante meus olhos. E ali, deitada, derrotada em prantos que nunca viriam, espero mais uma vez pelo regresso almejado.

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