quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Exultante


    O destino é algo que não se pode prevê. Tudo bem. Mas, muitas vezes ele reserva para as pessoas caminhos nunca imaginados. Os dias menos esperados são os mais ensolarados e cheios de alegria. Sem saber, fui na direção do amor. Sem perceber, fui contaminada por aquilo que negava e enojava. Agora, completa de sentimentos, vejo o amanhecer da aura renovada. Vejo a salvação naqueles doces olhos.
    Regras criadas perderam-se. Quebraram-se. Queimaram todas. Corro em direção daquelas sensações que tanto me recordo. Meu corpo pulsa. Clama por mais um amanhecer. Devora-me em delírios. Sonhos alucinam cada noite. Sentimentos bons instalam-se. E nunca me abandonam.
   Recobro a lucidez. Esta vagueia em minha alma. Tortuosa solidão retornada. Tardia sensação desesperada. Pecado devorado em cantos. Vazio suprido eleva o júbilo conquistado. Tempo esquecido. Memória almejada. Alcanço o pedestal saboreado. Celebro a exaltação anunciada.
    O sorriso instala-se. Entoam-se canções. Escuto aquela voz. Perco-me em emoções. Esqueço tudo ao meu redor. Soterro-me de lembranças. Desligo-me do infinito. Envolvida na deliciosa fumaça, canto e sorrio mais uma vez. As risadas ecoam pela varanda. A lua responde. Ela brilha e confirma tudo que já conversamos.
      Desejo latente. Mar candente da sorte. Arde. Flameja o rubor na face outrora cheia de pudor. Falsas palavras. Agora, cálidas. Quentes. Adoçam o entardecer concluído.

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