segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Efêmeros Devaneios

  Mais uma vez a solidão acorrenta-me em laços tortuosos. Clamo. Grito, dizendo que não a pertenço. Mas, ela envolve-me. Lamentos cravados na pele marcam a noite condenada. Não há sofrimento ou tristeza. Porém, a angustia é mais forte. Domina a alma silenciosamente. Cumpre seu dever.
  Tento fugir. É inútil. Presa na mesma história vejo o mar de revolta tortuosa. Sinuosa. Sagrada e profunda memória. Tento lembrar dos sorrisos de outrora. Dos bons momentos. Contudo, o coração é puxado para a escuridão mais profunda.
  O tempo corre. A bruma dilui-se com vento. Amargo. Sepultado. Cristalino. Voz que ecoa. Surge em mim sem aviso. Preciso das lembranças. Que em ocasiões já me resgataram. Perdida estou. É inegável. Lamentar é o destino. O meu destino.
  Entender de onde surgem tais ideias não é possível. Sacrilégio repudiado. Melancolia estabelecida. Soluções escapadas. E na noite mais almejada, o júbilo alcançou o inexorável. A alegria brotava em minha face. A razão desvanecida arruína as emoções. Abate os sentimentos mais doces e puros. Invade a aura recobrada.
  Cambaleante volto à varanda. Buscando respostas. Rogando pela misericórdia. Expurgando a maldição do isolamento eterno. Voltando ao pedestal celebrado.

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