segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dias



   Mais uma vez o destino me testa. Cercada pela dúvida, observo. Ali, deitada, com os olhos cansados, busco respostas. O luar queima a pele. Arde fluentemente. Sinto o mundo desabar ao redor. Quero mais que tudo possuir aquilo que foi dito que é meu. Não sei ao certo se me pertence, mas já não importa.
   Naquele momento, percebi. As sensações corriam pelo corpo e diziam que não há mais volta. Preciso daquele beijo. Sei que é o que necessito. Os dias passam. As possibilidades diminuem. O sorriso ilumina a alma. O amanhecer crava o mais belo desejo de todos.
    As palavras escapam. Nunca ajudam. Deixo o tempo tomar conta de mim. Ele sim é meu consolo. Se ao menos dissesse alguma coisa. Porém, tudo emudece quando já não há o que conquistar. Estou ali, serva daquela energia que pulsa mais forte que a razão.
     Quando o controle escapa, a bruma silenciosa acorrenta-me nos laços mais inquebráveis de todos. Sem salvação não há volta. Renegar o que me foi dado é impossível neste momento. Deixo, então, a fumaça me levar. A dor sucumbir. Elevo-me a derrota da procura. E sei que o retorno virá. E, assim, jamais renunciarei a chegada que tanto espero.

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